A pneumonia é uma inflamação dos pulmões causada sobretudo por uma infeção bacteriana ou viral. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), “a pneumonia é a maior causa infeciosa de morte em crianças em todo o mundo”. Apesar de ser relativamente conhecida pela população geral, ainda são difundidos alguns mitos sobre a doença. É sempre contagiosa? Não pode ser prevenida? A gripe pode causar uma pneumonia?
A propósito do Dia Mundial da Pneumonia, que se assinala esta quarta-feira, esclarecemos cinco mitos e verdades sobre a doença.
A pneumonia é sempre contagiosa?
Não, a pneumonia causada por fungos e a pneumonia por aspiração não são contagiosas.
Em relação aos outros tipos de pneumonia, não é propriamente possível contraí-los de outra pessoa. As bactérias e os vírus que causam a pneumonia é que são contagiosos.
Por outras palavras, “a exposição a essas bactérias [ou vírus] não significa necessariamente que irá desenvolver pneumonia — isso depende da capacidade do sistema imunitário de combater a infeção”, explica-se num texto da UCLA Health.
Mas “mesmo que não desenvolva pneumonia após a exposição, ainda assim pode transmitir as bactérias a outras pessoas”. No fundo, é o que acontece quando se contrai (ou não) uma gripe ou uma constipação.
As bactérias e os vírus que causam pneumonias “são comumente transmitidos quando pessoas infetadas tossem, espirram ou falam, espalhando gotículas respiratórias no ar”, esclarece-se num texto da Associação Americana do Pulmão.
A gripe pode causar pneumonia?
Sim. “A maioria das pessoas que contrai gripe recupera em poucos dias a menos de duas semanas, mas algumas desenvolvem complicações, como pneumonia”, lê-se num texto dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla inglesa).
Em alguns casos, a pneumonia “pode resultar da infeção pelo vírus da gripe isoladamente ou da coinfeção pelo vírus da gripe e bactérias”, acrescenta-se.
A doença afeta apenas crianças, idosos e pessoas doentes?
Esta ideia não passa de um mito. “Qualquer pessoa pode contrair pneumonia, mesmo aquelas que estão em boa forma e saudáveis”, sublinha-se num texto da Fundação Europeia do Pulmão (ELF, na sigla inglesa).
A questão é que as bactérias e os vírus responsáveis pela pneumonia afetam mais facilmente as pessoas com imunidade baixa ou com “as defesas naturais enfraquecidas”.
A maioria das pessoas “melhora em 2 a 4 semanas, mas bebés, idosos e pessoas com doenças cardíacas ou pulmonares correm o risco de ficar gravemente doentes e podem precisar de tratamento hospitalar”, explica-se num texto do Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS, na sigla inglesa).
Pessoas que fumam e doentes com patologias que enfraquecem o sistema imunitário, como SIDA ou cancro, por exemplo, também correm um maior risco de desenvolver pneumonia.
A pneumonia pode ser causada por substâncias tóxicas?
O mais comum é a pneumonia ser causada por uma infeção bacteriana, viral ou fúngica, sendo que as bactérias são as principais responsáveis. “A causa mais comum de pneumonia bacteriana é o Streptococcus pneumoniae (frequentemente chamado pneumonia pneumocócica)”, refere-se num texto da Escola Médica de Harvard.
Contudo, também é possível que uma pneumonia seja causada pelo contacto com substâncias tóxicas. Este tipo de pneumonia por aspiração – também conhecida por pneumonite química – “é uma inflamação dos pulmões” causada “pela inalação de vapores químicos” ou “pela asfixia com certos produtos químicos”, explica-se no site do MedlinePlus (um site de informação sobre saúde que pertence aos Institutos Nacionais da Saúde dos Estados Unidos).
Algumas das substâncias que podem causar esta doença são: “gás cloro (inalado a partir de materiais de limpeza, durante acidentes industriais ou perto de piscinas)”, “pó de grãos e fertilizantes”, “vapores nocivos de pesticidas” e “fumo” de incêndios.
A pneumonia por aspiração também pode ser causada pela inalação de vómito, de alimentos ou líquidos.
Não é possível prevenir uma pneumonia?
É um mito. Existem medidas que ajudam a prevenir a pneumonia. A vacinação pneumocócica, inserida no Plano Nacional de Vacinação, ajuda a proteger contra os tipos mais comuns e graves destas infeções.
De acordo com uma norma da Direção-Geral da Saúde (DGS), “o maior número de casos verifica-se no primeiro ano de vida e acima dos 65 anos”.
Por esse motivo, a vacinação contra a pneumonia está recomendada para recém-nascidos, pessoas a partir dos 65 anos e doentes de risco.
Além da vacinação, medidas de higiene básica e “evitar o contacto com pessoas doentes também pode ajudar a proteger contra a infeção pneumocócica”, sublinha-se no Portal Europeu de Informação sobre Vacinação.
“Se tiver dificuldades em engolir, faça refeições menores com alimentos espessos e durma com a cabeceira da cama elevada”, porque isto ajuda “a evitar que alimentos, bebidas ou saliva entrem nos pulmões”, explica-se num texto do Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue dos Estados Unidos (NHLBI, na sigla inglesa).
