Descubra as principais diferenças entre um seguro e um plano de saúde, como funcionam, quanto custam e o que cobrem, para escolher a solução mais adequada.
A escolha entre um seguro ou plano de saúde pode parecer simples. Ambos prometem acesso a cuidados privados com custos mais controlados. Mas a verdade é que funcionam de forma diferente e oferecem níveis de proteção distintos.
Assim, a decisão exige comparação. Coberturas, rede de prestadores, preço, limites e até a forma como cada produto é vendido fazem diferença no orçamento e na proteção da saúde.
Neste artigo, explicamos o que distingue cada solução e quando cada uma pode ser mais vantajosa.
Quem pode vender um seguro de saúde e um plano de saúde?
Os seguros de saúde são sempre comercializados por seguradoras ou mediadores registados na Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF). Algumas instituições financeiras também os disponibilizam, mas apenas enquanto intermediárias. Existe supervisão, regras claras de transparência e proteção do consumidor.
Já os planos de saúde são vendidos por empresas de diferentes setores. Clínicas, hospitais, bancos, operadoras de telecomunicações e até cadeias de retalho podem comercializar estes planos. Aqui, o objetivo não é proteger o risco, mas permitir acesso a preços mais baixos dentro de uma rede pré-definida.
Cobertura de risco: O seguro protege, o plano desconta
Esta é a diferença decisiva. O seguro assume riscos. Isto significa que, em caso de doença ou necessidade de cirurgia, o seguro pode cobrir parte ou a totalidade da despesa, dependendo da apólice. A hospitalização está quase sempre incluída, mesmo nas opções base.
Além disso, muitos seguros oferecem consultas de especialidade, exames, cirurgias, próteses, partos e tratamentos oncológicos. Contudo, quanto maior o nível de cobertura, maior será o prémio.
O plano de saúde funciona sobretudo como um conjunto de descontos. Garante preços mais baixos em consultas, exames e alguns tratamentos, mas não cobre o risco financeiro de um episódio grave. Em regra, não cobre internamentos nem cirurgias. O objetivo é reduzir o custo imediato, não proteger de despesas inesperadas.
Avaliação médica, idade e períodos de carência
Para fazer um seguro, é necessário preencher um questionário de saúde. A seguradora avalia o risco e pode excluir doenças preexistentes ou ajustar o preço. É comum existirem períodos de carência, durante os quais certas coberturas ainda não estão ativas.
No plano de saúde, não há avaliação médica nem carências. A adesão é imediata e pode ser feita em qualquer idade. Mas a contrapartida é clara: como não há assunção de risco, também não há cobertura de eventos complexos.
Preços: Fixos num caso, variáveis no outro
O preço do seguro depende da idade, do historial de saúde e da abrangência das coberturas. Quem apresenta maior probabilidade de utilização, paga mais. O prémio é personalizado.
No plano de saúde, o preço é normalmente fixo para todos os utilizadores, independentemente da idade ou condição clínica. É previsível, mas isso reflete também a menor abrangência e ausência de cobertura de risco.
Acesso à rede e liberdade de escolha
Com seguro, é possível consultar médicos dentro da rede convencionada ou fora dela. Na rede, paga-se um valor já reduzido. Fora da rede, paga-se a totalidade, e depois pede-se reembolso.
Já no plano de saúde, o acesso é limitado à rede definida pela entidade que o comercializa. Se o médico não estiver incluído, o utilizador suporta o valor total da consulta ou exame, sem direito a reembolso.
IRS: Seguro garante a dedução. Plano depende do CAE
Seguros que cobrem exclusivamente riscos de saúde podem ser deduzidos como despesa de saúde no IRS (15% até ao limite de mil euros). Já os planos só são dedutíveis se a empresa tiver determinados CAE ligados à saúde (Secção Q, classe 86; Secção G, classe 47730; Secção G, classe 47740 e Secção G, Classe 47782). Caso contrário, entram apenas nas despesas gerais familiares.
