A desidratação acontece quando se ingere menos água do que se perde. Neste contexto, o organismo deixa de funcionar corretamente e, se não forem repostos os níveis de líquidos adequados, a desidratação pode mesmo pôr em risco a vida. Como saber se uma pessoa está desidratada? O que fazer?
Quais os sinais e sintomas de desidratação?
No site do balcão digital do Serviço Nacional de Saúde (SNS 24), explica-se que “a desidratação ocorre quando o corpo perde mais água do que ingere”, sendo que os sintomas “começam a surgir quando o organismo perde apenas 1% dos seus líquidos”. Pode ser classificada como “leve, moderada e grave”.
Segundo um texto do INEM, os principais sinais e sintomas de uma desidratação ligeira são: “cansaço invulgar”; “sede”; “dor de cabeça”; “boca, lábios e olhos secos”; “fraqueza muscular e possíveis cãibras”; e “tonturas ou sensação de cabeça leve quando está de pé”.
A desidratação passa a ser considerada grave a moderada quando se verifica “indisposição relacionada com o calor”, “sede crescente”, “irritabilidade” e quando a urina é mais escura e pouco frequente (podendo mesmo deixar de urinar).
A “presença de prega cutânea”, ou seja, pele que depois de beliscada não volta ao normal (sobretudo nos bebés e nos idosos), também indica gravidade.
Nos casos mais graves, podem verificar-se “convulsões” e “inconsciência – a vítima deixa de responder à chamada, não abrindo os olhos, não se mexendo e não falando”, sublinha-se no mesmo texto.
“A desidratação grave é uma emergência com risco de vida”, salienta-se num texto do MedlinePlus (um site de informação sobre saúde que pertence aos Institutos Nacionais da Saúde dos Estados Unidos).
Como agir em caso de desidratação?
Se perceber que uma pessoa está desidratada, ajude-a a sentar-se e “dê-lhe a beber água em pequenos goles, de forma compassada, mas repetida e persistente”, mas “não coloque sal na água que oferecer à vítima”, recomenda-se no texto do INEM.
Em caso de vómitos e/ou diarreia, opte por “preparados hidratantes” disponíveis em farmácias. É importante não dizer à pessoa para comer, porque fazer isso “poderá desidratar ainda mais a vítima”, sublinha-se.
Caso a pessoa esteja no exterior, aconselhe-a “a descansar num local abrigado do calor”. Em casos de desidratação ligeira a moderada, estas medidas serão suficientes.
Se a situação não melhorar ou complicar, ligue para o SNS 24 (808 24 24 24), para aconselhamento ou indicação para um profissional de saúde.
Trata-se de uma emergência, que põe em risco a vida, quando a pessoa fica inconsciente ou tem uma convulsão. Nesse caso, ligue de imediato para o 112.
Enquanto aguarda ajuda, não dê nada de beber a uma pessoa inconsciente, “porque ela poderá engasgar-se e sufocar”, sublinha-se no texto do INEM.
Em casos graves de desidratação, quando é preciso assistência médica, “pode ser necessário ficar internado no hospital e receber fluidos por via intravenosa” e “o médico também tratará a causa da desidratação”, explica-se no texto do MedlinePlus.
Quem corre maior risco? Como prevenir a desidratação?
A desidratação pode ser prevenida através da ingestão regular de água. Segundo um texto do Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS, na sigla inglesa), deve-se beber o suficiente durante o dia, para que a urina tenha uma cor clara, quase transparente.
É importante beber mais água quando há um risco maior de desidratação. Isso pode acontecer dependendo do contexto ou do histórico clínico da pessoa.
Por exemplo, pessoas com diabetes, com diarreia, com febre ou que tomem medicamentos que aumentem a produção de urina (diuréticos), devem ter uma atenção especial à hidratação.
Também se deve reforçar a ingestão de líquidos em contexto de exposição solar prolongada, quando se transpira muito após a prática de exercício físico e quando ingere bebidas alcoólicas em excesso.
Em contexto de desidratação, é essencial ter cuidado com os bebés, crianças pequenas e idosos.
Por um lado, os bebés e as crianças pequenas “são mais sensíveis a pequenas perdas de líquidos e têm diarreia e vómitos com mais frequência do que os adultos”, refere-se num texto da Escola Médica de Harvard.
Além disso, “nem sempre conseguem dizer quando têm sede e dependem das pessoas ao seu redor para lhes dar líquidos”.
Já os idosos “têm uma sensação de sede reduzida e armazenam menos líquidos no corpo, o que os torna mais sensíveis à perda de líquidos”, e “também podem ter outras condições de saúde que aumentam o risco”, acrescenta-se.